Fé DEUS Existe?
Qual o adulto que já não gaguejou diante de perguntas do tipo: Onde é que Deus mora? Deus castiga? Na hora é um sufoco! Não dá tempo para consultar livros ou orientadores religiosos. Quem já passou pela experiência pode contar.
Para criança pequena, os adultos são como super-heróis, quase deuses — não adianta tentar convencê-la de que não sabem nada, pois ela continuará querendo saber e, o que é pior, pode procurar respostas como os amigos da escola, ou na rua, ou mesmo na televisão, e sabe lá o que vai acabar ouvindo!
E, depois, os adultos têm suas próprias dúvidas não resolvidas. Muita gente está deixando de ir às igrejas, sem falar nas que nunca foram. Será que os “ateus” estão aumentando ou apenas as pessoas já não aceitam tão facilmente a idéia de um deus fantasia?
Não me proponho a falar definitivamente sobre Deus, muito menos criticar esta ou aquela religião, ou quem quer que seja. Pretendo apenas resgatar a idéia de um ser criador de tudo, cujo poder nos maravilha e assombra, e que vemos revelado em cada pedacinho da Criação, seja no micro ou no macrocosmo. É um convite ao esforço de pensar.
Algumas pessoas chamam Deus de Alá, outras de Jeová, ou Tupã, e ainda de outros nomes.
Mas Deus não precisa de nome! As pessoas inventam nomes para Deus porque elas, sim, precisam de um deus que tenha nome. Elas criam o deus das suas necessidades e, como as necessidades mudam no tempo e de lugar para lugar, também muda a idéia de Deus. E como se houvesse um deus para cada época, para cada cultura.
Nomes não têm nenhuma importância, e sim a mensagem que é transmitida. Por isso é necessário aprender a respeitar a fé de nossos semelhantes. Na verdade, Deus é amor, e amor não precisa de nomes.
Deus não se parece com ninguém. Ele não tem rosto, cabeça, corpo, barba ou bigode, como as pessoas às vezes imaginam. Não podemos ver nem pegar Deus, mas ele está sempre perto de nós em volta de nós e até mesmo dentro de nós! Não podemos ver o ar que respiramos, mas sabemos que ele existe e é muito importante em nossas vidas. Assim é com Deus. Não podemos vê-lo, nem tocá-lo, mas podemos senti-lo. Ele está conosco agora.
Tudo o que existe — mesmo as coisas que não vemos — foi criado por Deus: todos os astros do universo e nosso planeta, com tudo dentro. Ele e muito mais poderoso do que podemos pensai por isso as pessoas imaginam um deus menor do que o Deus verdadeiro.
Chamamos de pai ao criador de alguma coisa. Por isso Deus é considerado pai — e mãe — de toda a Criação, ou seja, somos seus filhos e, portanto, todos irmãos. A pedra, os animais, o vento, a água são, de certa maneira, irmãos do ser humano! Se para os "civilizados” esta idéia pode parecer estranha, para os índios, "selvagens", ela é aceita naturalmente, pois os índios não se separaram da natureza como nós.
Nenhum pai ou mãe, por mais cruel que seja, permitiria que um de seus filhos vivesse da exploração de seus irmãos. Deus não pode ser um pai menor que um pai humano. Portanto, o tipo de sociedade injusta e desigual em que vivemos, em que uns enriquecem com a exploração dos outros, não pode ser o mundo que Deus quer para seus filhos.
Existem muitas pessoas que, em qualquer tipo de dificuldade, correm logo para Deus. Esquecem que devemos confiar também em nossas capacidades e talentos. Afinal, se Deus é perfeito, nos fez completos! Ele seria imperfeito e pouco poderoso se nos criasse incapazes de resolver nossos problemas isso não quer dizer que Deus pouco se importa com o que nos acontece, muito pelo contrário. Ele está sempre conosco em todos os momentos, embora não o percebamos.
Orar para agradecer, por quê? Deus não fez sua Criação interessado em agradecimentos. Um deus que precisasse de alguma coisa seria inferior à sua própria necessidade! No entanto, isso não quer dizer que não devemos reconhecer a bondade de Deus e, caso queiramos agradecer por ela, é claro que Deus vai aceitar nossa gratidão, não por ele, mas por nós.
Estamos em comunhão com Deus quando somos dignos do seu presente, a vida, vivendo-a abundantemente e superando os obstáculos que impeçam isso, construindo um mundo mais justo pacífico e ecológico. A maneira mais comum embora não seja a única, de ter consciência dessa comunhão com Deus é através da oração, mas ninguém pode ter consciência de uma comunhão quando não a realiza na prática.
Deus não mora na igreja nem em lugar nenhum. Ele não tem uma casa onde possa ser encontrado. O deus que as pessoas imaginam é que possui esses tipos de carências. Um deus feito por encomenda, segundo as necessidades dos que o adoram. Um deus assim deve morar onde as pessoas imaginam que more um deus, pode ser no céu ou num templo, numa choupana ou num palácio. Mas o Deus de verdade não precisa de nada disso e, caso precisasse, ele próprio criaria, não iria encomendar ao ser humano.
O erro é que as pessoas, ao procurarem por Deus, partem do princípio de que ele não está por peito então começam a imaginar onde ele possa estar, construindo fantasias e um mundo de teorias que só servem para afastar as pessoas ainda mais do Deus verdadeiro.
Não somos bons somente quando praticamos a justiça, o amor e respeitamos nossos semelhantes; também é preciso ser bom com os outros seres da criação.
A espécie humana tem usado a Terra como se esta lhe pertencesse, quando é a espécie humana que pertence à Terra, pois, se esta for destruída, não haverá outra morada. O futuro da humanidade estará comprometido se continuarmos utilizando os recursos naturais como se fossem inesgotáveis se continuarmos matando e aprisionando os animais como se pudéssemos fazer com eles o que quiséssemos. O preço está sendo cada vez mais caro.
Ser bom significa amar e respeitar todos os seres vivos, semelhantes ou não pois que como nós também são criaturas de Deus. Isso, claro, exige uma nova mentalidade para o ser humano. Julgamo-nos hoje, no direito de usar tudo para acumular riquezas e poder - isso não e ser bom
Deus vê quando faço alguma coisa errada?
Não é Deus quem está preocupado em vigiar nosso comportamento mas nós mesmos.
Quando fazemos alguma coisa errada como maltratar a alguém indefeso ou explorar outra pessoa ou prejudicá-la — nossa consciência sabe o que está errado e nos lembra isso. Há pessoas que nem conseguem dormir direito por causa da própria consciência, e isso é um verdadeiro castigo. Nós é que nos castigamos a nos mesmos. Na verdade, Deus sabe de tudo o que fazemos, pois está presente em tudo e, assim como é impossível fugir de nossa própria consciência, também é impossível tentar se esconder ou fugir de Deus
Por que Deus criou tudo o que existe?
Deus não revelou isso a ninguém. É um mistério belo e, ao mesmo tempo, assombroso, muito acima de nossas limitadas compreensões. Quando contemplamos a Criação e percebemos que tanta complexidade e beleza não passam de simples átomos unidos e arranjados por poucas forças, só podemos nos sentir felizes e honrados por estar participando dessa maravilha. Como ele fez ou por porque fez, não sabemos, mas foi muito bom que tenha feito, senão eu não estaria aqui. Nem você.
Seria uma grande contradição afirmar que, apesar de existirem pessoas más, não foi Deus quem as criou, já que foi ele o criador de tudo. Bondade e maldade não são coisas separadas, mas dois lados diferentes da mesma moeda. Ninguém é mau totalmente, nem bom totalmente.
Deus criou as pessoas e deu-lhes liberdade, isto é, a capacidade de poder escolher entre fazer o bem ou não fazer o bem. O mal é a ausência do bem e é sempre resultado de uma escolha equivocada do próprio ser humano. Quem vive fazendo maldade, acaba afastando as outras pessoas, e, como ninguém consegue viver feliz sozinho, a própria pessoa acaba se castigando.
A idéia de um deus que castiga é originada na idéia de que Deus pode se aborrecer, ficar magoado ou interferir diretamente para punir quem o tenha desagradado. Na verdade, as pessoas é que se castigam umas às outras e a si próprias.
Quando praticamos uma maldade qualquer, na hora podemos até sentir prazer, mas nunca somos felizes, pois a maldade acaba sempre por nos afastar dos outros e também de Deus. A vida de quem vive só, isolado dos outros, é feia e cheia de angústias, e as pessoas que praticam maldades de propósito podem viver num mundo assim. Quer maior castigo do que esse?
O que fazer para agradar a Deus?
Ninguém deveria ter direito a confortos, luxos e privilégios enquanto existissem pessoas que não têm sequer um pedaço de pão para dar ao filho. E milhares de crianças morrem de fome todos os dias, enquanto se esbanja, e governos gastam fortunas incalculáveis em armamentos e obras faraônicas de utilidade duvidosa.
Seguramente, Deus não será agradado nunca enquanto persistirem tais desigualdades e injustiças.